Orgânicos produzidos pelo MST têm novo ponto de venda em Porto Alegre
Larissa Pessi
Respondendo à demanda da Associação dos Moradores e Amigos da Auxiliadora (AMA), às 13 outras bancas somam-se três famílias do MST das cidades de Nova Santa Rita e de Eldorado do Sul que agora estão vendendo seus produtos no bairro. A sétima feira orgânica de Porto Alegre ocorre na Passagem de Pedestres Lanceiros Negros todas as terças-feiras, das 7 às 13 horas.
Nas bancas destes produtores estão disponíveis temperos, berinjela, couve-flor, alface, espinafre, pimentão, rabanete, beterraba, batata-doce, abóbora, aipim, arroz agroecológico, limão, plantas medicinais, entre outros. Os preços variam entre R$ 2,00 e R$ 8,00.
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Comercialização de produtos orgânicos. Fonte: MST. |
No primeiro dia da nova feira, as 15 caixas de produção de Dona Zelinda Wink, 56 anos, se esvaziaram rapidamente. Ela pertence ao Assentamento Itapuí de Nova Santa Rita e trabalha com hortas desde 1988. Seus produtos também são destinados ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).
“Este passo a mais que estamos dando é uma das melhores coisas que está acontecendo para a nossa família, porque vai nos ajudar na renda e a ter melhores condições de vida. Esperamos colher bons frutos e ao longo das semanas já ter nossos fregueses; o pessoal já veio pedir feira duas vezes por semana”, relata a assentada.
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Produtos orgânicos. Foto: Teia Orgânica. |
Após 11 anos sem comercializar seus produtos em feiras, Daniel Audibert, 49 anos, do Assentamento Integração Gaúcha de Eldorado do Sul, retornou a esta atividade. Até então, toda sua produção era, assim como a de Dona Zelinda, destinada ao PNAE, PAA e a Loja da Reforma Agrária, localizada no Centro, no Mercado Público de Porto Alegre.
“Há cinco anos já vinha discutindo a retomada das feiras e agora que isso se consolidou temos expectativas de um futuro melhor e com mais qualidade de vida, tanto para nós do campo que produzimos, quanto para a população da cidade que consome”, destaca.
A moradora do Bairro Auxiliadora há 60 anos Maria Regina Silva nutre as mesmas expectativas que o produtor Daniel. Em suas palavras, “o bairro tem tudo o que a população precisa, só não tinha uma feira orgânica.É uma iniciativa que veio para nos engrandecer e, com certeza, é um diferencial para quem procura qualidade de vida”, complementa.
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Produtos orgânicos. Fonte: Coagris – Cooperativa de Agricultores Orgânicos e Solidários de Ibiúna. |
Conforme o representante da Cooperativa Central dos Assentamentos do Rio Grande do Sul (Coceargs) no Conselho das Feiras Ecológicas de Porto Alegre, Arnaldo Soares, as feiras atendem parte das demandas das famílias assentadas do estado, em torno da produção e comercialização.
“Além de ser um espaço para vender alimentos, é uma ótima oportunidade para dialogar sobre nossa bandeira de luta da alimentação saudável e estabelecer relações de confiança com a sociedade”, conclui Soares.